quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Khronos, Kairos e o fim do mundo



NOTA EXPLICATIVA: Na teologia cristã, em síntese pode-se dizer que khronos, é o "tempo humano", é medido em anos, dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo kairos, que descreve "o tempo de Deus", não pode ser medido, pois "para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia”.

            Khronos perguntou a Kairos o que seria da humanidade após o vigésimo primeiro dia, do décimo segundo mês, do décimo segundo ano do terceiro milênio. Estava preocupado, com um nível de ansiedade tão intensa que o impedia de fixar seus olhos no olhar do seu interlocutor.
            Kairos, com sua serenidade inabalável põe sua mão esquerda sobre o obro direito de Khronos e solicita-lhe calma. Olha nos seus olhos e, em seguida, inclinou para contemplar a imensidão do universo e perguntou:
            — Do que tens medo?
            — Da destruição — respondeu.
            — Quem és tu?
            — Sou Khronos, o tempo dos homens.
            — Sabes ao meu respeito?
            — Ora, Tu és Kairos, o tempo da divindade, do inesperado, o imensurável...
            — Então — respondeu Kairos em tom consolador —, sou o tempo do Deus, da oportunidade, do inusitado... Em meus registros estão o começo, o meio e a infinidade. Também tenho como atributo a incomensurabilidade. Sou o tempo do todo; e, sendo o todo também imensidade, sou infinito. Destarte, em todas as vezes que os humanos tentaram transformar você, Khronos, em eu, Kairos, foram vencidos pela exaustão e não conseguiram concretizar seus propósitos. Foi o que aconteceu com os Maias. Queriam o conhecimento da extensão do tempo, mas não possuíam um dos atributos necessários para tal: a eternidade.
 

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